Nascer do sol

Nascer do sol
Não basta admirar e exaltar a grandeza da natureza. É preciso cuidar para que ela permaneça bela e possa ser também apreciada pelas gerações futuras.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

SAUDADE

Hoje
Ao ouvir... sentir...
Uma música... um poema...
Tive saudades de mim
Saudades,
Muitas saudades,
De mim, de você,
De nós.
Do que fomos
E já não somos,
E eu nem sei como
Tanto tempo passou.
Eu passei
E nem senti.
Você passou...
Eu vi,
Mas nada pude fazer.
Extraído do livro METAMORFOSE - DA LARVA À BORBOLETA - de Fátima Almeida

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

CHUVAS DE PRIMAVERA

Estou só
Em meu mundo de solidão
Constante
Sinto-me vazia.
A noite avança,
O sol se esconde,
E como que querendo
Desabafar
As nuvens choram.
É deveras um quadro triste...
Lágrimas de despedida
Respingam no telhado,
E eu, como se quizesse
Consolar as nuvens,
Encho de tédio a minha vida
Tão cheia de mim.
São as últimas chuvas que nos restam
Últimas tais quais as minhas esperanças
De encontrar a felicidade.
Entretanto, depois das chuvas,
A primavera sorrirá.
Trará de volta o odor dos prados
E perfumará as flores silvestres
So no meu coração
Continuará o inverno.
Eternamente... o inverno.

Extraído do Livro METAMORFOSE - DA LARVA Á BORBOLETA - de Fátima Almeida

sábado, 26 de janeiro de 2008

ROTINA

Fico sozinha.
A tristeza invade-me o peito cansado
Choro.
Minhas lágrimas não satisfazem a minha dor.
Canto.
Meu canto é triste, cheio de angústia.
Minha voz se cala.
O silêncio reina
Nem um pássaro canta.
Sem nenhum ruído
Adormeço sobre minhas lembranças
É noite...
Meu corpo descansa...
Minh'alma esquece.

Extraído do livro METAMORFOSE - DA LARVA À BORBOLETA - de Fátima Almeida

REFLEXÃO

A vida passa.
Sozinha em meu canto
Espero pelo tempo.
O tempo passa.
Nada mais me resta
Senão ir com ele.
Tentar saber,em vão,
Aonde me levará.
Onde um outro amanhã,
Isento de angústias,
Um dia de sol
Poderei buscar.
E assim eu espero...
Os carros passam... não param.
A vida passa... não para
As pessoas passam... não ficam.
Tudo passa.
As nuvens passam,
Os dias passam,
As horas passam,
Só eu não passo,
Fico.

Extraído do livro METAMORFOSE - DA LARVA Á BORBOLETA - de Fátima Almeida

ETICA

Fala a verdade menino,
Mentir é coisa indecente
Gente decente não mente
E se mente é por ser carente
Não poder dizer o que sente
Porque colocou na mente
Que decente é ser somente
Abafar a dor latente
Sufocar a inteligência
E como a maledicência
Não é nobre, que indecência!
Deixa só na consciência
A virtude da indulgência.
Mentir é uma inconsequência,
Um sinal de decadência!

Extraído do livro METAMORFOSE - DA LARVA À BORBOLETA - de Fátima Almeida

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O MUNDO TÁ DE PONTA CABEÇA!!!!!!!!!!!!

A frenética e incessante corrida em busca do poder tem levado a humanidade a um desgaste moral, social e ecológico sem precedentes. Observando-se as civilizações mais primitivas, pode-se constatar que essa busca tem resultado em conseqüências extremas. Por um lado, a ciência tem realizado grandes descobertas, curas, prevenções. A tecnologia tem facilitado a vida das pessoas que detém o privilégio do acesso. Em contrapartida, a procura desenfreada por esse progresso tem causado uma desordem irreparável, com prejuízos incalculáveis.
O ser humano está perdido por aí, em alguma prateleira empoeirada, preso em qualquer envelope que ele mesmo não conseguiu endereçar. Perdeu a identidade. Vive a esmo seguindo a correnteza e em meio a toda essa turbulência, não se encontra mais. A violência, a corrupção e a desonestidade assumiram uma proporção tão gigantesca que as pessoas sentem-se até constrangidas em exercer a honestidade e a cidadania. O homem honesto transformou-se num ser em extinção. Onde foi parar o “homem de bem” que tinha “honra” na palavra? Um dia, um discípulo perguntou ao Mestre “onde estavam os homens”, ao que o Mestre respondeu incontinente que “os homens passaram”.
Não satisfeita em se auto degradar, a humanidade (ou desumanidade?) resolveu também devastar o planeta que é seu habitat natural. No afã de lucrar sempre, poder mais, de TER e não de SER, entrega-se às vaidades e ambições e destroe como tratores impiedosos, tudo que se lhe configura obstáculo aos seus propósitos de dominar, possuir.
Assim caminha a humanidade por vias tortuosas, perigosas, sem perspectivas de se chegar a lugar algum. Na realidade, andando em círculos. Não consegue avançar, está retornando às suas origens primitivas, às barbáries, onde o instinto e não o intelecto ditava seus atos. A clava e a espada foram substituídas por armas mais modernas e mais sofisticadas.
O mundo mudou, progrediu materialmente, mas o ser humano ávido por fama, poder, sucesso e outras facilidades, esqueceu-se de quem o criou e para que foi criado, então perdeu-se no labirinto que construiu dentro de si mesmo e segue procurando seu verdadeiro EU, em lugares que ele jamais encontrará.


Fátima Almeida

AO MEU POETA

Ah! meu poeta!
Tantos anos te busquei
Tanto te vi
Em pessoas que afinal
Nada tinham pra se ver.
Tanto tempo passei
Esperando
Um príncipe encantado.
Foi isso,
Que me ensinaram a esperar.
E eu sentia o meu poeta!
Mas meu poeta nunca soube
Que eu o estava sentindo.
Tantas vezes pensei
Finalmente tê-lo encontrado.
Terrível engano.
Ou desengano?
Como eu amei o meu poeta!
Mas o meu poeta
Nunca imaginou sequer
Que eu existisse.
E hoje,
Quando deixei de te buscar,
Encontro, num certo LUGAR
CHAMADO LUZ,
A tua alma tão nua
Que esqueceste de guardar.

Extraído do livro METAMORFOSE- DA LARVA Á BORBOLETA - de Fátima Almeida

CONSTRUÇÃO

Pedra sobre pedra,
Barro entre elas.
E entre as pedras,
E entre o barro,
O suor
Como agente de ligação.
Mãos sujas, vazias.
Estômago também vazio.
Cabeça cheia,
De problemas.
Coração também cheio,
De esperanças.
No olhar inquieto,
A carência
A ausência
De motivação
De emoção.
A presença
Constante,
Da rotina.

Extraído do livro METAMORFOSE - DA LARVA À BORBOLETA - de Fátima almeida

MOVIMENTO

Deslizei, caí
Escalei, subi
Encontrei asas, voei
Qual gaivota, planei
Amei, sonhei
Chorei, sorri
Perdi, ganhei
Fiquei, parti
Se fui feliz?
Não sei...
Se magoei,
Desculpe,
Nem senti.
Extraído do livro METAMORFOSE - DA LARVA Á BORBOLETA - de Fátima Almeida

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

METAMORFOSE


Uma crisálida
pálida
esquálida
inválida
Quase se ofusca
em busca
do tempo
da hora
do momento
De morrer
e renascer
borboleta.

Extraído do livro METAMORFOSE - DA LARVA À BORBOLETA - de Fátima Almeida