Nascer do sol

Nascer do sol
Não basta admirar e exaltar a grandeza da natureza. É preciso cuidar para que ela permaneça bela e possa ser também apreciada pelas gerações futuras.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A DANÇA DA SOLIDÃO

A dança
da solidão
balança
na ilusão
no desânimo.


Alcança
o desespero
na imensidão
de sonhos
desperdiçados;


Na ausência
de um objetivo
de um propósito
de um desejo
de uma razão
para dançar
a dança
da vida!
          
Fátima Almeida

                                                                                               

DIVULGANDO A ARTE DOS AMIGOS

Nossa amiga Cristiane faz Crochê, que tal visitar seu blog?

Muito lindo o trabalho da Cris!!! Visitem!



                                                O RÁDIO

A minha relação com a música sempre foi algo singular. Em 1957, contando com apenas três aninhos, eu já tinha desenvoltura suficiente para subir no balcão do armazém do papai e cantar a plenos pulmões as músicas que faziam sucesso no rádio, para quem quisesse ouvir. Cantar e declamar poesias? Eu adorava! “Essa menina não se cria!” diziam alguns. E não é que me criei? E o rádio! Nossa!... Era enorme! Tinha caixa de madeira e acho que funcionava a pilha. Luz elétrica? Ninguém sonhava com isso por lá. Chiava que era uma beleza, mas era o único meio de comunicação que chegava até nós, naquele fim de mundo, que mais tarde, comentando Garcia Marques com uma amiga, achamos muito parecido com Macondo. Lá adiante darei mais detalhes dessa semelhança.
Acordávamos com um programa da PRA-4 – Rádio Sociedade da Bahia. O programa? VAMOS ACORDAR! O locutor eu não lembro bem o nome, mas acho que tinha o sobrenome Luna.
Durante o dia, todos se ocupavam dos seus afazeres. Eu ia para a Escola, brincava e quando a noite chegava era hora de ouvir o maior noticiário do país – A HORA DO BRASIL, cuja abertura nos deixava emocionados e só depois de alguns anos eu fiquei sabendo que se tratava de um trecho da ópera O GUARANI, de Carlos Gomes.
Foi através do rádio que tomamos conhecimento de muitos fatos importantes, como a trágica morte de JFK. Ora, eu só tinha oito anos e jamais esquecerei aquela cena. Junto ao rádio, minha mãe chorava enquanto ouvia a narração do funeral de John Kenned, enquanto Ray Charles fazia o fundo musical com a belíssima canção I CAN’T STOP LOVING YOU. E ali, sem entender o porquê do pranto da minha mãe, eu também chorei, embora não tivesse a mínima noção sequer do que dizia aquela música, que me soava tão triste. Hoje eu tenho consciência de que naquele dia, o mundo perdeu um grande estadista.
Muitos outros fatos chegaram até nós, dessa maneira. O Repórter Esso se encarregava de nos dar a conhecer em edições extra-ordinárias.
Chegou a Jovem Guarda! O Rei, Roberto Carlos lançava um LP todo final de ano. Como eu não tinha “radiola”, sequer uma vitrolinha portátil, contentava-me em copiar as letras e cantar suas canções maravilhosas, nem que para isso tivesse que acordar na madrugada para ouvi-las na Rádio Globo.
O futebol também fazia parte do meu domingo junto ao rádio, e mais tarde ainda “assisti” algumas edições das Olimpíadas tão maravilhosamente narradas por Luciano do Vale. Disse “assisti” porque era como se eu estivesse presente em cada competição, tal a qualidade da narração.

Estudava em uma cidade grande, mas eu não dispensava minhas famosas férias no lugarejo. Quando acabavam as aulas, lá estava eu de volta para mais uma temporada de aventuras, mas esta será outra história!

                                          Fatima Almeida

Notas:
           O RÁDIO NO BRASIL
Em 07 de setembro de 1922 o Brasil conhecia oficialmente o rádio. Na data, o Presidente da República Epitácio Pessoa apresentava a novidade aos brasileiros na solenidade de abertura da Exposição Comemorativa do Centenário da Independência realizada no Rio de Janeiro. Dentre os presentes dois baianos que mais tarde seriam alguns dos fundadores da Rádio Sociedade da Bahia: os Doutores Agenor Augusto de Miranda e Cesário de Andrade.
A Radio Sociedade da Bahia nasceu identificada como PRA-4, sigla de prefixo 4. O "A" era uma classificação para ordenar alfabeticamente as emissoras. Prefixo era uma convenção internacional que determinou para o Brasil as letras PR, sigla que prevaleceu durante quase duas décadas, depois sendo substituída pelas iniciais ZY acrescida da faixa de freqüência. A Rádio Sociedade da Bahia recebeu o prefixo número 4 por ter sido a quarta rádio a ter autorização oficial para funcionar.

A VOZ DO BRASIL
O programa foi criado por Armando Campos, amigo de infância de Getúlio, com a intenção de ajudar o seu amigo, colocando suas idéias para a população escutar, e assim serem a favor de seu governo. Passou ser transmitido em 22 de julho de 1935, durante o governo de Getúlio Vargas com o nome de "Programa Nacional", sendo apresentado pelo locutor Luiz Jatobá. De 1934 a 1962, foi levado ao ar com o nome de Hora do Brasil. Em 1938, já com o nome de Hora do Brasil programa passou a ter veiculação obrigatória, somente com a divulgação dos atos do Poder Executivo, sempre das 7 às 8 horas da noite, horário de Brasília. Em 1962, a partir da entrada em vigor do Código Brasileiro de Telecomunicações, o Poder Legislativo passou a ocupar a segunda meia hora do noticiário. Em 1971, por determinação do presidente Médici, o nome "Hora do Brasil" muda para "A Voz do Brasil".
SENTIMENTO RELIGIOSO

O sentimento religioso no homem surgiu provavelmente da necessidade de
comunicação entre Criador e Criatura, e/ou vice versa.

Fátima Almeida

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

                                                                                                                            


QUE SÃO ESTRELAS?
                                                                          (Soneto nº04)

Estrelas são astros que fulgem no espaço
Surgem espaçosos, que brilham garbosos
Vagam nos meus pensamentos ditosos
E adormecem em meus olhos quando te abraço

Faíscas de amor que se esvaem no meu ser
Gotas de carinho que luminosas
Retornam céleres e tão vitoriosas
Como o amor em seu ninho a buscar prazer

Como farpas douradas que cintilam
No sábio recôndito da memória
Dos heróis que pelos campos perfilam

Gravadas nos áureos cumes da glória
Quando no céu, tão soberanas brilham
Qual pirilampos, cantando a história.

Fátima Almeida





terça-feira, 12 de outubro de 2010

Divulgando o trabalho dos amigos!

FORÇA FEMININA!



SOU MULHER, INCENDIÁRIA APAIXONADA
DO TIPO QUE NÃO QUER RECEBER SÓ FLORES
QUE QUER GANHAR DO SEU HOMEM MIL AMORES
COMO AMANTE, NÃO PRECISE PROVAR NADA.


SOU MULHER, E NÃO ME FAÇA SER MALTRATADA
NEM AMÉLIA! NEM OFÉLIA! NEM DOLORES!
SER MUSA INDISPENSÁVEL DOS CANTORES
TER IMPORTÂNCIA, PARA SER VALORIZADA.


SEMPRE RECEBER NO PESCOÇO UM CHEIRO...
SOU MULHER, E COM CERTEZA O QUE ME SATISFAZ
É A FIDELIDADE DO MEU PARCEIRO.


POR SER MULHER NÃO PEÇO NADA DEMAIS...
COMPREENDAM O MEU APELO VERDADEIRO
QUERO SIMPLESMENTE TER, DIREITOS IGUAIS!




22/03/2009 - D I L S O N - NATAL/RN
                                               O ILUSTRE JOÃO RIBEIRO
                                                         (150 anos)

Era uma vez, uma pequena cidade chamada Laranjeiras, onde começou a história do nosso herói.

João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes, assim se chamava, o segundo filho de Manoel Joaquim Fernandes e Guilhermina Ribeiro Fernandes, que nasceu em 24 de junho de 1860, para brilhar no mundo das letras. As grandes coleções de livros que seu avô Joaquim José Ribeiro possuía muito influenciaram a sua formação, conforme ele mesmo declarou.

Após concluir seus estudos em Laranjeiras e em Aracaju, no Ateneu Sergipense foi para Salvador, onde se matriculou na Faculdade de Medicina, mas não era isso que fazia bater o coração do jovem sergipano. Ele aspirava muito mais e partiu para o Rio de Janeiro. Sua meta era crescer mais e mais. Ingressou na Escola Politécnica e não satisfeito, também estudava arquitetura, pintura e música, vários ramos da literatura e sobretudo filologia simultaneamente.

Mas, como se não bastasse, ele também dedicou-se ao jornalismo e tinha amigos como Quintino Bocaiúva, José do Patrocínio e Alcindo Guanabara, entre outros. Sua coletânea de poesias chamada Os Idílios Modernos foi muito apreciada por Sílvio Romero, seu amigo e conterrâneo que os comentou num artigo da Revista Brasileira. Usou vários pseudônimos para suas publicações em jornais, bastante interessantes como Xico-Late, Nereu, Rhizophoro e outros mais, imaginação não lhe faltava.

Também foi Professor de História Universal e da Escola Dramática do Distrito Federal. Escreveu muito nas áreas de filologia, história e ensaios para A SEMANA de Valentim de Magalhães, ao lado do também inesquecível Machado de Assis e outros. Representou muito bem o nosso país no exterior em Congressos e eventos do gênero.

Depois de tantas contribuições para a literatura brasileira, foi escolhido, quase por unanimidade, para ocupar a cadeira nº 31 da Academia Brasileira de Letras, onde foi recebido por ninguém menos que José Veríssimo. Foi apontado várias vezes como possível presidente da instituição, chegando a ser eleito, mas renunciou incontinente. Ele não precisava ser presidente, era mais, muito mais que isso. Era jornalista, professor, crítico literário, escritor, filólogo, historiador, pintor e tradutor brasileiro.

Passaríamos dias e dias escrevendo e lendo a saga desse magnífico sergipano, versado nos clássicos de todas as literaturas, dotado de uma versatilidade ímpar, que nos legou uma vasta herança literária, inclusive como um dos principais promotores da Reforma Ortográfica de 1907.

E como nada é para sempre, em 13 de abril de 1934, da Cidade Maravilhosa, nosso ilustre literato partiu, para continuar seus estudos e trabalhos em uma dimensão mais elevada, onde a cultura é uma das atividades mais presentes e reconhecidas.

Se alguém desejar ver de pertinho um pouco dessa história, vá a cidade de Laranjeiras, e visite a casa onde viveu o nosso herói. É logo ali, a 25 quilômetros de Aracaju.


Fátima Almeida