COMO O PEQUENO PRÍNCIPE...
O Pequeno Príncipe, obra fantástica do escritor
francês Antoine de Saint-Exupéry, foi muitas vezes divulgada como Literatura
Infantil, como uma fábula, mas se bem observadas as entrelinhas, percebemos
tratar-se de algo mais complexo, permeado por um alto teor filosófico e poético
e temos notado, um tanto decepcionados como ainda existem adultos que não
conseguem ver “o elefante engolido pela jibóia”. Olham e não vêem, porque não
usam o coração para ver que todos temos um pouco do Pequeno Príncipe e vivemos algumas
das suas experiências ao longo das nossas vidas.
Como o pequeno príncipe...
Caímos em nossos desertos e encontramos pilotos
tão concentrados em resolverem seus problemas que, por vezes, nem percebem a
nossa presença e insistimos em chamar-lhes a atenção com os nossos “carneiros”
apenas para conquistar-lhes a amizade.
Percorremos muitos caminhos em busca de
respostas. Perseguimos sonhos.
Vivemos esperando o despertar das invisíveis sementes, tentando distinguir os “baobás” das “roseiras”, e tememos que os “carneiros” possam devorar as nossas “rosas”, vaidosas e orgulhosas, mas tão frágeis, apesar dos espinhos, embora precisemos deles para consumir os camuflados “baobás” que sorrateiramente dominam nossos planetas e asteróides.
Vivemos esperando o despertar das invisíveis sementes, tentando distinguir os “baobás” das “roseiras”, e tememos que os “carneiros” possam devorar as nossas “rosas”, vaidosas e orgulhosas, mas tão frágeis, apesar dos espinhos, embora precisemos deles para consumir os camuflados “baobás” que sorrateiramente dominam nossos planetas e asteróides.
Quando ficamos tristes gostamos de contemplar o pôr-do-sol e muitas vezes desejamos poder apenas mover a nossa cadeira para fazê-lo infinitamente.
Tropeçamos em cogumelos. Em reis nem sempre
tão razoáveis como aquele que entendia que não se deve exigir de alguém mais do
que esse alguém pode oferecer. Vaidosos inveterados, que só ouvem elogios e
acham-se o centro do Universo. Beberrões que nem vêem a vida passar. Homens de
negócios que se julgam donos das estrelas e em acendedores de lampiões que
apesar de tão atrelados ao regulamento, são os únicos que realmente demonstram
alguma preocupação com as outras pessoas..
Decepcionamo-nos com as nossas “rosas”, mas aprendemos com algumas “raposas” que o amor torna tudo possível, até suportar as larvas, para mais tarde conhecermos as borboletas, além de coisas importantes como aprender a criar laços, porque é chegado o tempo em que tudo se compra nas lojas, virtuais eu sei, mas nunca vimos uma loja de amigos e para não ficarmos sem eles precisamos “cativar”, mesmo correndo o risco de nos tornarmos responsáveis por aquilo que cativamos e o pior, correndo o risco de chorar. E é tão misterioso o país das lágrimas... (*)
Sentimo-nos sozinhos no deserto das nossas
convicções, porque descobrimos com pesar, que os “homens passaram”.
Encontramos a esperança e nos encantamos quando,
apesar de toda a aridez, os desertos nos revelam, ainda que lá no âmago, um
poço fecundo de águas límpidas e transparentes.
No fim da caminhada, cumprido o nosso tempo na terra, temos a necessidade de voltar. Assim como o PRÍNCIPE, parecemos sofrer, parecemos morrer, temos medo até, mas apenas deixamos para trás o que já não nos serve, a veste densa é desnecessária lá em nossos “asteróides”.
Como “o essencial é invisível para os olhos” (*) os nossos pilotos costumam sofrer com a separação, mas acabam se conformando ao pensar que lá nas estrelas, estaremos sempre rindo para eles.
O Pequeno Príncipe acaba por
nos mostrar com sua linguagem e personagens simbólicas, uma profunda mudança de
valores. Nos alerta que devemos avaliar melhor as coisas e as pessoas que nos
cercam para que os nossos julgamentos não nos levem à solidão.
Somos adultos, temos as nossas
ocupações e preocupações diárias, mas não podemos deixar morrer em nós a criança
que já fomos. Não precisamos ser cogumelos, homens de negócios, bêbados, reis
ou acendedores de lampiões apenas para provarmos que somos “pessoas grandes”.
Você duvida, que “quando
o mistério é muito impressionante a gente não ousa desobedecer?” (*)
Fátima Almeida
20.11.15
Notas:
(*) citações de Saint-Exupéry
Antoine Marie de Saint-Exupéry nasceu em Lyon, na
França, em 1900. Entre suas obras mais conhecidas estão O Pequeno Príncipe, Vôo
Noturno, Terra dos Homens e Cidadela.
O Pequeno Príncipe foi publicado, nos Estados Unidos, em
1943 e um ano depois Exupéry desapareceu numa queda do avião que pilotava. Hoje
esse livro é o terceiro mais vendido no mundo.
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