Nascer do sol

Nascer do sol
Não basta admirar e exaltar a grandeza da natureza. É preciso cuidar para que ela permaneça bela e possa ser também apreciada pelas gerações futuras.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016


RENASCENDO...


Linda crisálida... Tão inocente...
Arrasta-se pelo jardim livremente
Mal sabe ela que de repente...
Será uma borboleta imponente!

Linda borboleta passeia livremente
Pelo jardim florido...  Tão inocente
Mal sabe ela que de repente...
Será uma crisálida imponente!

Fátima Almeida

Set/2010

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016


QUEM DIVIDIU O TEMPO?

Eis que é chegado o final de mais um ciclo. Fizemos planos, projetamos metas e trabalhamos para cumpri-las. Eis que é chegado também o tempo de fazermos um balanço, para determinar o saldo de todas os nossos atos e atitudes, durante o ano. É o momento em que precisamos refletir bastante, rever nossos conceitos e tentar corrigir o que necessitar de correção. O tempo passa rápido e como versejou o grande poeta Mário Quintana, “...quando se vê já é Natal...  quando se vê já terminou o ano...”

“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.”

Esse belo texto tem sido compartilhado na web com autorias controversas. Quem não gostaria de tê-lo escrito? Já o atribuiram ao poeta bardo Shakespeare, ao genial Chaplin, ao inigualável Drummond, e por fim, alguns sites apontam como autor, o Jornalista Roberto Pompeu de Toledo. Seja quem for seu criador, estava no auge da inspiração quando o escreveu e o publicou para que fosse apreciado e comentado pelos que têm interesse em versar sobre o tempo.

O tempo... que Caetano Veloso definiu como “um senhor tão bonito, compositor de destinos, tambor de todos os ritmos e um dos deuses mais lindos.” Que fez Renato Russo descobrir que  todos os dias quando acordamos não temos mais o tempo que passou, aliás, conta-se que Galileu Galilei, em certa ocasião, ao lhe perguntarem quantos anos teria, respondeu: Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais,” e Cazuza nos lembra que “o tempo não pára.” Até um trava-línguas popular nos leva à pensar sobre o tema: “O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o tempo respondeu ao tempo, que o tempo tem quanto tempo, quanto tempo o tempo tem”.

Muitos discursos, muita poesia, mas o tempo é muito mais que tudo isso. É uma questão filosófica que cada vez mais desperta o interesse de cientistas, filósofos, compositores, artistas e de todos que têm o hábito de organizar e cronometrar a realização de suas tarefas.

No Livro XI, da obra Confissões, o Pensador Agostinho de Hipona escreveu: “Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem o poderá apreender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.” Para ele, os tempos passado, presente e futuro existem, na alma.

O filósofo Aristóteles, também dedicou-se ao estudo do tempo.  Encontrou uma relação entre tempo, movimento e alma e afirmou que o tempo poderia ser fracionado, dividido, mas incontável, composto de passado e futuro: “O que já foi não o é, e o que será ainda não o foi”.

Quem nunca questionou, por que o ano tem 12 meses? Quem dividiu o tempo?

Estudos e descobertas arqueológicas indicam que desde o aparecimento dos primeiros hominídeos, em todas as civilizações antigas, por algum motivo, alguém já se ocupava da medição do tempo. Inicialmente eles achavam que apenas o sol e a lua se movimentavam, enquanto a terra ficava parada. Com o passar do tempo, surgiram aparelhos que facilitaram a observação, juntamente com informações colhidas dos agricultores sobre a inexplicável diferença de clima em determinadas épocas. Estudiosos então,  resolveram dividir o tempo.

Sabendo que o Sol voltava a passar exatamente pelo mesmo lugar em determinado período, dividiram esse intervalo em 12 partes iguais e chamaram de ano. 12 meses é o período em que o planeta Terra faz sua volta em torno do Sol. Enquanto isso a Lua dá 12 voltas em torno da Terra e cada volta dura aproximadamente 30 dias – um mês. Então, o ano tem 12 meses, o mês tem 30 dias, e cada dia tem 24 horas – tempo em que a Terra dá uma volta em torno do seu eixo.

E cada povo usou suas crenças e costumes para elaborar seu calendário:

Os Sumérios dividiam o ano em 12 meses de 30 dias sendo que os dias eram divididos em 12 períodos (que equivalem a duas horas), e dividiam cada um destes períodos em 30 partes (aproximadamente 4 minutos).

O  calendário Egípcio, inicialmente baseava-se nos ciclos das fases da lua. Depois os egípcios vieram a utilizar o movimento da estrela Sírius, que passa próxima ao sol a cada 365 dias, coincidindo com o início da cheia do Rio Nilo.

Os Maias, além do Sol e da Lua, baseavam seu calendário também no planeta Vênus.

Os Judeus têm um calendário lunissolar. Baseiam-se nos movimentos tanto da Terra em relação ao Sol quanto da Lua em relação a Terra. Contam o tempo a partir da criação do Universo, que afirmam ter ocorrido há cerca de 6 mil anos.

O calendário Árabe baseia-se no ciclo lunar e têm como referência o ano da Hégira – fuga de Maomé de Meca para Medina - 622 a.C.

Para os Cristãos foi criado um calendário solar calculado por Dionysius Exiguus,(calculista do Papa) e apesar de haver divergências nos registros históricos, teve como marco inicial o nascimento de Jesus, Ano I da Era Cristã.

Mas se somos imortais, o que é um ano diante da eternidade?

Sabemos que a questão do tempo não é tão simples. Nós, enquanto seres humanos, precisamos aproveitá-lo o máximo possível. Aportamos nesse orbe com a difícil tarefa de aprender a amar o próximo a começar por nós mesmos. A missão é árdua e precisamos correr contra o tempo, para aprender e colocar em prática o nosso aprendizado. Nosso espírito, sim, é imortal, feito à imagem e semelhança de Deus, mas enquanto estivermos aprisionados na matéria, precisamos gastar com sabedoria cada milésimo de segundo do tempo que nos foi concedido, porque a cada existência por aqui, ele é limitado.

Uma nova fatia de tempo, se aproxima. Que as pessoas consigam entender, que não se busca a paz fazendo guerra. Que não é contra o próximo que devemos lutar e sim contra nós, nossas imperfeições e se conseguirmos vencer o monstro do egoísmo que por vezes nos domina, a paz virá como consequência benéfica. Virá como um Ano Novo.

FELIZ ANO NOVO! QUE SEJA BEM-VINDO 2016!

Fátima Almeida
26/12/2015


Notas:

Calendário: conjunto de unidades de tempo (dias, meses, estações, ano, ...), organizadas com o propósito de medir e registrar eventos ao longo de "grandes períodos".

O filosofo grego Aristóteles nasceu em 384 a.C. e morreu em 322 a.C.

Agostinho de Hipona, Santo Agostinho (354-430) foi um grande pensador.

Tempo – Mário Quintana (fragmentos)
Oração ao tempo – Caetano Veloso (fragmentos)
Tempo Perdido - Renato Russo (fragmentos)

OBS.: No caso da  falsa autoria, a confusão pode ter se originado porque Drummond tem um poema sobre o ano novo, o Receita de Ano Novo

Fontes da pesquisa, confirmando a falsa autoria:

Pesquisa Geral - Google