Nascer do sol

Nascer do sol
Não basta admirar e exaltar a grandeza da natureza. É preciso cuidar para que ela permaneça bela e possa ser também apreciada pelas gerações futuras.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015


COMO O PEQUENO PRÍNCIPE...

O Pequeno Príncipe, obra fantástica do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, foi muitas vezes divulgada como Literatura Infantil, como uma fábula, mas se bem observadas as entrelinhas, percebemos tratar-se de algo mais complexo, permeado por um alto teor filosófico e poético e temos notado, um tanto decepcionados como ainda existem adultos que não conseguem ver “o elefante engolido pela jibóia”. Olham e não vêem, porque não usam o coração para ver que todos temos um pouco do Pequeno Príncipe e vivemos algumas das suas experiências ao longo das nossas vidas.

Como o pequeno príncipe...

Caímos em nossos desertos e encontramos pilotos tão concentrados em resolverem seus problemas que, por vezes, nem percebem a nossa presença e insistimos em chamar-lhes a atenção com os nossos “carneiros” apenas para conquistar-lhes a amizade.

Percorremos muitos caminhos em busca de respostas. Perseguimos sonhos.
 
Vivemos esperando o despertar das invisíveis sementes, tentando distinguir os “baobás” das “roseiras”, e tememos que os “carneiros” possam devorar as nossas “rosas”, vaidosas e orgulhosas, mas tão frágeis, apesar dos espinhos, embora precisemos deles para consumir os camuflados “baobás” que sorrateiramente dominam nossos planetas e asteróides.

Quando ficamos tristes gostamos de contemplar o pôr-do-sol e muitas vezes desejamos poder apenas mover a nossa cadeira para fazê-lo infinitamente.

Tropeçamos em cogumelos. Em reis nem sempre tão razoáveis como aquele que entendia que não se deve exigir de alguém mais do que esse alguém pode oferecer. Vaidosos inveterados, que só ouvem elogios e acham-se o centro do Universo. Beberrões que nem vêem a vida passar. Homens de negócios que se julgam donos das estrelas e em acendedores de lampiões que apesar de tão atrelados ao regulamento, são os únicos que realmente demonstram alguma preocupação com as outras pessoas..

Decepcionamo-nos com as nossas “rosas”, mas aprendemos com algumas “raposas” que o amor torna tudo possível, até suportar as larvas, para mais tarde conhecermos as borboletas, além de coisas importantes como aprender a criar laços, porque é chegado o tempo em que tudo se compra nas lojas, virtuais eu sei, mas nunca vimos uma loja de amigos e para não ficarmos sem eles precisamos “cativar”, mesmo correndo o risco de nos tornarmos responsáveis por aquilo que cativamos e o pior, correndo o risco de chorar. E é tão misterioso o país das lágrimas... (*)

Sentimo-nos sozinhos no deserto das nossas convicções, porque descobrimos com pesar, que os “homens passaram”.

Encontramos a esperança e nos encantamos quando, apesar de toda a aridez, os desertos nos revelam, ainda que lá no âmago, um poço fecundo de águas límpidas e transparentes.

No fim da caminhada, cumprido o nosso tempo na terra, temos a necessidade de voltar. Assim como o PRÍNCIPE, parecemos sofrer, parecemos morrer, temos medo até, mas apenas deixamos para trás o que já não nos serve, a veste densa é desnecessária lá em nossos “asteróides”.

Como “o essencial é invisível para os olhos” (*) os nossos pilotos costumam sofrer com a separação, mas acabam se conformando ao pensar que lá nas estrelas, estaremos sempre rindo para eles. 

O Pequeno Príncipe acaba por nos mostrar com sua linguagem e personagens simbólicas, uma profunda mudança de valores. Nos alerta que devemos avaliar melhor as coisas e as pessoas que nos cercam para que os nossos julgamentos não nos levem à solidão.

Somos adultos, temos as nossas ocupações e preocupações diárias, mas não podemos deixar morrer em nós a criança que já fomos. Não precisamos ser cogumelos, homens de negócios, bêbados, reis ou acendedores de lampiões apenas para provarmos que somos “pessoas grandes”.

Você duvida, que “quando o mistério é muito impressionante a gente não ousa desobedecer?” (*)

Fátima Almeida
20.11.15

Notas:

(*) citações  de Saint-Exupéry

Antoine Marie de Saint-Exupéry nasceu em Lyon, na França, em 1900. Entre suas obras mais conhecidas estão O Pequeno Príncipe, Vôo Noturno, Terra dos Homens e Cidadela.
O Pequeno Príncipe foi publicado, nos Estados Unidos, em 1943 e um ano depois Exupéry desapareceu numa queda do avião que pilotava. Hoje esse livro é o terceiro mais vendido no mundo.



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